O DESAFIO DA MUDANÇA
Fazer uma mudança desejada e significativa na nossa vida ou no nosso estilo é difícil muitas vezes, disso o mundo está “careca” de saber. Quantas vezes você tentou uma dieta e não deu certo? Ou mudar um hábito que não gosta? A pilha de papéis na sua mesa que não diminui?
Muitas vezes, não falta vontade, nem senso de urgência. Em alguns casos, mesmo frente a altos riscos, a mudança que você deseja não acontece!
Afinal, será que é possível realmente mudar? Será que um adulto muda? Quantas vezes não estamos julgando a nós mesmos com a “Síndrome de Gabriela”, achando que existem coisas impossíveis de serem alteradas, por mais desejadas que sejam?
Pouco se fala sobre os motivos dessa dificuldade. Sobre a maneira pela qual o nosso cérebro opera. Imagine-se dirigindo um carro, com um pé no freio e outro no acelerador. Um pé seu quer conseguir, quer avançar, quer mudar, por isso acelera. Enquanto que o outro pé freia, indo na direção contrária do que quer alcançar, do que pretende mudar, pois esse pé está na verdade a serviço de “algo a mais”, que você também quer, e que está competindo com seu objetivo inicial. Na maioria das vezes esse “algo a mais” não está tão claro e consciente, mas é extremamente influente!
Vou citar um exemplo da vida profissional: Sou um líder em uma empresa e quero muito estar aberto à idéias vindas da minha equipe. Quero muito, mas não consigo. Faço um monte de coisas que me afastam da mudança que quero ver em mim – como discordar sempre de cara quando alguém me procura para dividir uma ideia e até mesmo usar aquele tom de “assunto encerrado”. Deixo também de fazer coisas que deveria fazer – como fazer perguntas abertas e procurar saber a opinião dos outros. A grande verdade é que essas coisas que faço ou deixo de fazer são comportamentos brilhantes e muito eficazes para garantir um “algo a mais” que quero: que as coisas sejam executadas do meu jeito; que posso influenciar os outros… Por isso ponho o pé no freio!
Outro exemplo da vida cotidiana: Eu quero sinceramente emagrecer. Quero muito, mas não consigo. Faço um monte de coisas que não devo – como assaltar a geladeira no meio da noite, e deixo de fazer coisas que deveria – como preparar meus lanches saudáveis para comer de 3 em 3 horas. Atitudes geniais para garantir meu “algo a mais” escondido: não me sentir entediada ou vazia por exemplo. Aí vem o freio outra vez!
Tornar esse “algo a mais” claro para si, e buscar encontrar e testar as suas grandes “verdades” que sustentam esse “carro que não anda” é o primeiro passo para realizar uma mudança duradoura e sustentável.
Escrito por Thais Brito Catalano, Coach ACC